Maria Thereza Pinel
Nesse semestre fiz uma matéria chamada "Introdução à Literatura Portuguesa", e tivemos que ler a obra Os Cus de Judas, de António Lobo Antunes. Como vocês já devem imaginar, Lobo Antunes é português, nascido em Lisboa em 1942. Licenciou-se em medicina e serviu na Guerra de Angola.
Os Cus de Judas é o segundo de uma trilogia - Memória de Elefante, Os Cus de Judas e Conhecimento do Inferno, sendo os dois primeiros publicados em 1979 e o último em 1980. Essa trilogia é considerada pela maioria como autobiográfica, apesar dele não dizer isso em momento algum.

Imagem daqui
A história d'Os Cus de Judas é contada em primeira pessoa, pelo médico que serve no exército português durante a guerra em África. Seis anos após voltar da guerra, o protagonista-narrador se vê com uma mulher no bar e vai contando para ela sua história, misturando tempo e espaço, e essa "conversa" trabalha como monólogo, pois não se vê a voz dessa mulher em momento algum.

É um livro bastante denso, pesado, com várias partes contendo erotismo cru e, ao mesmo tempo, um sarcasmo um tanto quanto poético. Lobo escreve com o famoso fluxo de consciência - stream of consciousness - de modo que seus períodos duram até mais que uma página. As descrições de sensações ou mesmo de atos ultrapassam a nossa imaginação por serem feitas por meio de inesperadas comparações.

Um livro pequeno - 196 páginas a minha edição - mas que demorei para ler, uma vez que era difícil passar de um capítulo por dia, tendo em vista a densidade da escrita. São 23 capítulos curtos (mais ou menos 10 páginas), nomeados com o alfabeto A a Z, de modo que podemos dizer que é um livro que conta da Guerra de A a Z.

Gostei bastante da escrita e das coisas que Lobo Antunes nos leva a pensar no fluxo de suas considerações e indignações sobre a guerra e, muitas vezes, sobre a vida. Certamente procurarei mais obras de António Lobo Antunes, que escreve crônicas também! Adoro!

Para quem quer um estudo bastante aprofundado e excelente, diga-se de passagem, da obra, indico o livro Os Romances de António Lobo Antunes, de Maria Alzira Seixo. Lá tem um capítulo só d'Os Cus de Judas.

Na medida em que fui lendo o livro, marquei várias passagens que de certa forma me chamaram mais a atenção. Mas a verdade é que esse livro choca e nos chama a atenção a todo momento. Portanto, as passagens serão muitas e algumas vezes, longas.
Não perdem por esperar as passagens amanhã, com a explicação da escolha das passagens!

Até mais!
Maria Thereza Pinel
Ok, confesso:
Não consegui conversar fiado nenhuma vezinha sequer.
Mas acho que nesse quase um ano parado consegui encontrar uma boa finalidade para o blog, já que o fiz com taaaanto carinho.
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Falarei sobre as minhas experiências literárias. Mais do que nunca estou apaixonada pela literatura, suas teorias e práticas. Aproveitando o gancho, esse ano farei considerações a respeito das obras lidas, mas principalmente, farei recortes de trechos que me marcarem, seja pelo motivo que for.

Já li dois livros esse ano: Os cus de Judas, de António Lobo Antunes e Escrever a casa portuguesa, livro que reúne ensaios, organizados por Jorge Fernandes da Silveira. Estou agora no terceiro, Macunaíma, de Mário de Andrade, mas como eu já estava com a ideia de colocar o blog para funcionar novamente, li Os cus de Judas já marcando as partes que me chamavam a atenção, então começo por ele. Pularei o livro teórico, porque afinal, o li para escrever um ensaio para a faculdade. Porém, colocarei o ensaio para vocês verem o resultado da leitura!

Então é isso, espero que gostem.
Até a próxima, com comentários, impressões e trechos de Os Cus de Judas!

=D
Maria Thereza Pinel
Dia 30 – qual(is) livro(s) você está lendo agora?
Estou lendo o "A Sombra da Guilhotina", de Hilary Mantel. Até então estou gostando muito, talvez por ser uma das matérias da História que eu mais me interesso. Estou bem no início ainda (considerando que o livro tem 800 páginas, estar na 100ª é estar no início).
Não sou muito fã de ler vários livros ao mesmo tempo. Gosto mesmo é de ler um de cada vez. É melhor para poder se entregar à história e aos personagens. 
Foda mesmo está sendo achar tempo para lê-lo, mas vamos, que vamos! Quando a faculdade começar então, quero só ver!!!

E esse foi o fim do meme literário! Espero voltar em breve, agora com a tal conversa fiada que eu andei fazendo propaganda por ai!

Beijinho!!!

 
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Maria Thereza Pinel
Dia 29 – um escritor que você adora e um que você detesta 
Digamos que eu adoro o Bernard Cornwell! Adorei a maneira descritiva dele e o quanto ele nos cativa com a sua maneira de escrita. Muito, muito bom! Sem falar, claro, que os temas principais dele (da época medieval, batalhas e etc me agradam muito).
Agora, detestar algum autor é difícil, porque para isso eu teria que ter lido muitas obras de um mesmo autor para poder criticá-lo de fato, mas já que tenho que escolher: não fiquei muito fã da escrita de Adolfo Caminha ( o único livro dele que eu li foi Bom Crioulo). Ele escreve de forma muito sucinta... meio resumida. Sei lá. Talvez tenha sido só esse livro mesmo, mas foi quem me veio à cabeça no momento.
Maria Thereza Pinel
Dia 28 – um livro que você gostaria de ler mas que por algum motivo nunca leu
O mundo de Sofia, de Jostein Gaarder
Já ouvi falar tanto dele, já o peguei umas 3 vezes para ler, mas nunca o fiz de fato!
Não sei porque nunca cheguei a lê-lo. Às vezes o vejo no meu armário, deixo ao lado da minha cama, mas algum outro livro mais interessante surge!
Fazer o que?
Um dia ainda hei de lê-lo.
Maria Thereza Pinel
Dia 27 – se um livro tem ___, você sempre lê:
Mistério; Aquele livro que embala a gente numa viagem em que você se esquece de comer, ir ao banheiro e dormir! Muitos (ou a maioria) dos que falei aqui tem isso, vou citar alguns:
O vendedor de armas - Hugh Laurie
Desventuras em série - Lemony Snicket
Harry Potter - J.K. Rowling
O segredo do anel - Kathleen Mcgowan
Anjos e Demônios e Código da Vinci - Dan Brown
A crônica da casa assassinada - Lúcio Cardoso


Entre vááários outros! 
Afinal, quem não curte um mistério?



Maria Thereza Pinel
Dia 26 – um livro que você gostaria de ter escrito
Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso.
Claro que tem livros muito bons, e muito envolventes, mas esse seja talvez um dos livros mais bem escritos que já li, de um modo geral. Abordou romance (sentimento mesmo), mistério, deixou uma dúvida no ar, além de ser um verdadeiro quebra-cabeça, ou seja, muito, mas muito inteligente e bem bolado. Algo do tipo que eu gostaria de ter escrito, sem dúvidas.